Como Foi a Maior Edição do Festival ABCR

Larissa Dutra • 18 de julho de 2023

Saiba quais foram os temas abordados e as novas tendências para o mundo da captação de recursos 

O Festival ABCR encerrou sua mais recente edição com mais de 70 palestras realizadas ao longo de dois dias e a participação de mais de 800 pessoas de 25 estados e do Distrito Federal. As masterclasses, que ocorreram nos dias 01 e 02 de julho, contaram com a presença de 230 inscritos. Fernando Nogueira, diretor executivo da ABCR, expressou sua satisfação com a intensa integração e os elogios recebidos em relação ao conteúdo e à interação entre a plateia, os palestrantes e os expositores. Essa edição do Festival ABCR foi considerada a maior de todas.


Um dos destaques dessa edição do Festival ABCR foi o poder da comunicação e das novas tecnologias de Inteligência Artificial.
A comunicação sempre foi uma aliada fundamental na captação de recursos, e aprender a lidar com ela diariamente por meio de estratégias eficazes faz toda a diferença. No primeiro dia, algumas mesas abordaram esse tema, como "A comunicação como aliada na captação: como impulsionar seus resultados?", com Thaís Zschieschang e Natália dos Santos Gonzales, e "Comunicaê – Comunicação para captação fora da caixa", com Pablo Tavares.


No segundo dia do festival, a plenária "Saúde é Vida: Hospital Pequeno Príncipe e suas estratégias de financiamento institucional" marcou o início das atividades. Rodrigo Lowen e Natalia Leon apresentaram a estrutura do Complexo Pequeno Príncipe, destacando que o hospital realiza cerca de 18 mil cirurgias por ano e captou 78 milhões de reais somente em 2022. Metade dessa captação é proveniente de renúncia fiscal, por meio do Fundo da Infância e da Adolescência. O hospital também possui mais de 100 profissionais dedicados à captação de recursos e um programa de jovens talentos para formar novos captadores.


A utilização de Inteligência Artificial foi uma tendência evidente avaliada durante o festival. Essa tecnologia oferece uma maneira de aprimorar atividades operacionais de gestão, comunicação e desenvolvimento. Um exemplo disso foi abordado pela palestrante Daiane Dultra, que discutiu a importância de equilibrar a captação digital com a conexão pessoal com os doadores. Ela explicou como sua consultoria cria jornadas personalizadas para cada lead, mesmo com a automatização da comunicação. Daiane também compartilhou o
uso do ChatGPT para a geração de conteúdos, como posts para o LinkedIn, e-mails para doadores e apresentações de prospecção.


Além disso, durante o festival, ocorreu o lançamento do livro "Gestão Sistêmica para um Mundo Complexo", de Marina Pechlivanis, sócia-fundadora da Umbigo do Mundo. A obra reúne exercícios práticos, reflexões estratégicas, curiosidades integrativas e entrevistas inspiradoras. Também foram apresentadas diversas palestras sobre temas como saúde mental dos captadores de recursos, fidelização de empresas investidoras, associação à ABCR e a revisão do Código de Ética da organização.


No segundo dia, a Phomenta também esteve presente com a mesa "Nenhum curso vai salvar sua OSC: a cultura da aprendizagem contínua como aliada do desenvolvimento institucional", comandada por Natália dos Santos Gonzales e Daiany França Saldanha. Daiany, líder da Phomenta, ressaltou os diversos desafios que as organizações enfrentam diariamente e enfatizou a importância de selecionar aquilo que realmente pode impulsionar seu desempenho.
As palestrantes destacaram o poder da educação contínua e a necessidade de aprofundar o aprendizado diariamente, enfatizando que nenhum curso resolverá magicamente os problemas das OSCs.


No encerramento do evento, Carol Farias, líder do Dia de Doar, e Erika Sanchez, membro do comitê coordenador do Movimento por uma Cultura de Doação, compartilharam suas perspectivas. Carol falou sobre o pré-lançamento da campanha do Dia de Doar, que busca fortalecer a cultura de doação no país. Já Erika destacou a necessidade de fortalecer a cultura de doação como forma de impulsionar a captação de recursos, além de abordar as disparidades existentes entre as organizações da sociedade civil e as urgências enfrentadas pelas OSCs da periferia.


O Festival ABCR foi um evento repleto de novas tendências, ferramentas e ideias que ajudam o Terceiro Setor a se destacar durante todo o ano. O planejamento para 2024 já começou, mas você pode acompanhar todas as novidades do mundo das ONGs através do
blog da Phomenta.


Publicações recentes

Por Instituto Phomenta 10 de dezembro de 2024
No dia 3 de dezembro, a Phomenta realizou um encontro que reuniu mais de 600 inscritos de diversas regiões do Brasil para debater os caminhos do impacto social. O webinar Futuro em Foco: Tendências de 2025 para o Terceiro Setor foi pensado como um espaço de troca, onde integrantes da Phomenta e espectadores discutiram questões urgentes para as organizações da sociedade civil. Mediado por Rodrigo Cavalcante, Aline Santos e Agnes Santos, o evento trouxe à tona tendências que já estão moldando o setor, a partir de temas sugeridos por quem está na linha de frente do impacto social. Além de um panorama geral sobre desafios e oportunidades, foram abordadas questões como mudanças climáticas, envelhecimento populacional e o uso da inteligência artificial, sempre destacando como esses tópicos impactam diretamente a atuação das ONGs. “Nós podemos construir mundos melhores do que este em que estamos”: como se preparar para as mudanças climáticas Os pensamentos de Ailton Krenak guiaram a conversa sobre mudanças climáticas, uma das principais tendências apontadas para 2025. Estamos testemunhando o impacto crescente de eventos extremos e precisamos planejar ações para “adiar o fim do mundo” ou, ao menos, garantir a sustentabilidade das organizações. “Nós falamos muito aqui na Phomenta sobre não dar para prever todos os problemas; a pandemia ninguém previu, por exemplo. As mudanças climáticas até previmos, mas não nessa proporção que está acontecendo. Então é preciso que a gente pense em como seremos mais resilientes, em como a gente lida com os impactos que o planeta vai passar”, comentou Agnes Santos, gerente de metodologia. “Precisaremos mudar nossas estratégias de atuação, não tem jeito. Por exemplo, se a sua organização não trabalha com refugiados climáticos, talvez no futuro precise começar a trabalhar com esse público.” Durante a discussão, foram levantados pontos como a necessidade de repensar práticas organizacionais para responder a cenários de crise, o papel das ONGs na disseminação de informações confiáveis e no engajamento das comunidades, e estratégias para fortalecer redes e parcerias intersetoriais. Envelhecimento populacional e a economia prateada O envelhecimento populacional no Brasil foi outro tema amplamente debatido. Puxado por Aline Santos, o tópico apresentou como esse fenômeno impacta diferentes áreas, desde a saúde até a economia. Com a expectativa de que o país esteja entre os mais envelhecidos do mundo até 2030, surgiram debates sobre inclusão, acessibilidade e a valorização do público 60+. Houve também preocupações sobre o impacto do envelhecimento na dinâmica familiar e nos serviços sociais, além de destacar a necessidade de combater o etarismo e criar projetos que promovam qualidade de vida e integração entre diferentes gerações. “A ideia central dessa tendência é que o futuro é intergeracional. Olhe para como você está construindo a sua equipe, olhe como está desenvolvendo estratégias de comunicação, como está criando estratégias de mobilização, seja de voluntários, doadores ou da população atendida. Conecte as gerações”, reforçou Aline Santos, gerente de operações. Inteligência artificial como ferramenta para o impacto social A inteligência artificial, já discutida no webinar de 2024, permaneceu como um dos temas mais requisitados pelos inscritos. As ONGs queriam saber como usar essa tecnologia para otimizar processos e ampliar o impacto. Foram apresentados exemplos como o uso de chatbots para atendimento, ferramentas de análise de dados para planejamento e estratégias para alcançar novos públicos. Contudo, foi reforçada a importância de garantir que sua aplicação seja ética e acessível, especialmente em contextos sociais mais vulneráveis. Rodrigo Cavalcante, diretor executivo da Phomenta, destacou o papel dos agentes de IA, programas que interagem com o ambiente, coletam e usam dados para realizar tarefas. “Pra mim, esse é um grande ponto que vamos olhar em 2025: a criação desses robôs para operar e fazer coisas pra gente. Pode ser um robô do WhatsApp, um robô que se comunica com doadores ou com os atendidos da organização”, explicou. Confira o webinar na íntegra
Por Instituto Phomenta 9 de dezembro de 2024
A transformação social acontece quando unimos forças e colocamos propósitos em ação. Foi sobre isso que nosso diretor executivo, Rodrigo Cavalcante , abordou durante o podcast Impacto ESG. No encontro, foram compartilhadas histórias, reflexões, desafios e as conquistas de conectar o mundo corporativo ao terceiro setor. Quer saber mais? Confira completo aqui:
Por Instituto Phomenta 22 de novembro de 2024
A rede fortalece organizações em diversas regiões do Brasil, promovendo capacitação e conexão entre lideranças que lutam por justiça social e valorização cultural, para populações negras e indígenas.
Ver mais publicações

Fale com a Phomenta

Share by: