Como o voluntariado corporativo pode contribuir para as ações de diversidade e inclusão dentro das empresas?

Flávia D'Angelo | Sabrina Vida | Clarissa Pires • 22 de novembro de 2021

Empresas diversas não são aquelas que apenas contratam minorias sociais, mas aquelas que efetivamente incorporam a diversidade em sua cultura organizacional e promovem ações constantes de inclusão social.

O tema da diversidade e inclusão (D&I) tem aparecido cada vez mais nas empresas socialmente responsáveis. A contratação de PCDs, pessoas negras e LGBTQIA+ e outros grupos discriminados é uma das formas de promover diferentes perspectivas e discussões dentro das companhias, além de ser um dos mecanismos utilizados pelos atores privados para a diminuição da desigualdade social. 


No entanto, empresas diversas não são aquelas que apenas contratam minorias sociais, mas aquelas que efetivamente incorporam a diversidade em sua cultura organizacional e promovem ações constantes de inclusão social. 


O voluntariado corporativo pode ser uma das estratégias utilizadas pelas empresas para engajar seus colaboradores e ampliar seu impacto social. Para além das vantagens mais evidentes de programas de voluntariado empresarial, as ações de voluntariado podem, também, fomentar práticas de D&I dentro das companhias. A seguir, destacamos três pontos que evidenciam a relação entre voluntariado corporativo e D&I.


O voluntariado carrega a diversidade em sua essência

Em um programa de voluntariado corporativo, reúnem-se colaboradores de diferentes áreas e históricos pessoais e profissionais em prol de um objetivo comum: apoiar uma organização social a maximizar o seu impacto positivo na comunidade. Nesses grupos de voluntários, estamos diante de um espaço comum em que todos têm a possibilidade de expressar-se, propor ideias e soluções, debater, sustentar suas próprias opiniões e escutar as dos colegas. É um ambiente de respeito e trocas constantes. 


O voluntariado (corporativo ou não) é a representação prática do que há de mais diverso nas ações sociais, pois oferece aos participantes a possibilidade de compartilhar suas visões e experiências com diferentes pessoas: colegas de trabalho, a equipe da ONG e seus beneficiários. Em troca, os voluntários podem conhecer realidades distintas daquelas com as quais estão acostumados. 


As organizações sociais que buscam diminuir as desigualdades precisam de apoio

As ONGs que estão na linha de frente do combate à desigualdade social muitas vezes são aquelas que menos recebem apoio e visibilidade. Cabe às empresas inclusivas estruturar programas de voluntariado corporativo que efetivamente fortaleçam essas organizações sociais. 


Compreender quais causas a empresa quer apoiar é um dos primeiros passos para construir uma ação de voluntariado bem-sucedida. O ideal é buscar organizações sociais cujo trabalho esteja alinhado aos objetivos de D&I da empresa. Se a companhia está empenhada em fortalecer a contratação de pessoas negras, por que não promover um programa de voluntariado corporativo para apoiar ONGs que lutam contra o racismo, por exemplo? 

A mesma linha de raciocínio serve para qualquer outro grupo discriminado que a empresa venha trabalhando para contratar. Há organizações sociais que atuam pela inclusão e apoio de pessoas LGBTQIA+, de pessoas com deficiência, de mulheres em situação de violência e vulnerabilidade, entre tantas outras causas possíveis. 


Inclusive, é possível abordar diferentes causas de diversidade em um mesmo programa de voluntariado. Digamos que a empresa tenha possibilidade e interesse em apoiar mais de uma organização social: nesse caso, pode ser enriquecedor selecionar uma ONG representante de cada causa de diversidade, de modo a oferecer uma abordagem ainda mais ampla da D&I ao programa de voluntariado corporativo. 

Apoiar organizações sociais que trabalhem com o tema é uma forma de levar as práticas da D&I para além dos limites da empresa. 


O voluntariado corporativo pode ser uma estratégia para valorizar colaboradores negros, PCDs, LGBTQIA+, entre outros

O voluntariado corporativo também é um dos mecanismos utilizados pelas equipes de Recursos Humanos para desenvolver diversas habilidades entre os colaboradores das empresas. Entre essas habilidades, destacam-se a empatia, a capacidade de trabalhar em equipe, a comunicação, a inovação, a criatividade etc. 


Programas de voluntariado voltados para o tema da D&I podem ser ferramentas enriquecedoras para desenvolver e valorizar colaboradoras e colaboradores negros, PCDs, LGBTQIA+, entre outros. Cada programa pode ser personalizado segundo os objetivos e interesses da companhia: é possível estruturar uma ação de voluntariado voltada especialmente para um desses públicos dentro da empresa. 


Essa é uma das formas de gerar engajamento e identificação entre os colaboradores, que costumam empenhar-se ainda mais nos programas de voluntariado quando se identificam com as causas trabalhadas. 


Há uma ampla variedade de possibilidades para se trabalhar com grupos diversos em ações de
voluntariado corporativo: a equipe responsável pela ação pode criar grupos compostos inteiramente por mulheres, dar preferência a pessoas negras e PCDs e garantir que ao menos uma pessoa LGBTQIA+ esteja presente em cada grupo, por exemplo. Esse movimento também garante que as minorias estejam representadas em uma ação que, por si só, é pautada na diversidade e inclusão. 


Ficou interessado e quer construir programas de voluntariado corporativo que valorizem causas de diversidade? Entre em contato com a Phomenta.


Acesse: www.phomenta.com.br/para-empresas




Publicações recentes

Por Instituto Phomenta 10 de dezembro de 2024
No dia 3 de dezembro, a Phomenta realizou um encontro que reuniu mais de 600 inscritos de diversas regiões do Brasil para debater os caminhos do impacto social. O webinar Futuro em Foco: Tendências de 2025 para o Terceiro Setor foi pensado como um espaço de troca, onde integrantes da Phomenta e espectadores discutiram questões urgentes para as organizações da sociedade civil. Mediado por Rodrigo Cavalcante, Aline Santos e Agnes Santos, o evento trouxe à tona tendências que já estão moldando o setor, a partir de temas sugeridos por quem está na linha de frente do impacto social. Além de um panorama geral sobre desafios e oportunidades, foram abordadas questões como mudanças climáticas, envelhecimento populacional e o uso da inteligência artificial, sempre destacando como esses tópicos impactam diretamente a atuação das ONGs. “Nós podemos construir mundos melhores do que este em que estamos”: como se preparar para as mudanças climáticas Os pensamentos de Ailton Krenak guiaram a conversa sobre mudanças climáticas, uma das principais tendências apontadas para 2025. Estamos testemunhando o impacto crescente de eventos extremos e precisamos planejar ações para “adiar o fim do mundo” ou, ao menos, garantir a sustentabilidade das organizações. “Nós falamos muito aqui na Phomenta sobre não dar para prever todos os problemas; a pandemia ninguém previu, por exemplo. As mudanças climáticas até previmos, mas não nessa proporção que está acontecendo. Então é preciso que a gente pense em como seremos mais resilientes, em como a gente lida com os impactos que o planeta vai passar”, comentou Agnes Santos, gerente de metodologia. “Precisaremos mudar nossas estratégias de atuação, não tem jeito. Por exemplo, se a sua organização não trabalha com refugiados climáticos, talvez no futuro precise começar a trabalhar com esse público.” Durante a discussão, foram levantados pontos como a necessidade de repensar práticas organizacionais para responder a cenários de crise, o papel das ONGs na disseminação de informações confiáveis e no engajamento das comunidades, e estratégias para fortalecer redes e parcerias intersetoriais. Envelhecimento populacional e a economia prateada O envelhecimento populacional no Brasil foi outro tema amplamente debatido. Puxado por Aline Santos, o tópico apresentou como esse fenômeno impacta diferentes áreas, desde a saúde até a economia. Com a expectativa de que o país esteja entre os mais envelhecidos do mundo até 2030, surgiram debates sobre inclusão, acessibilidade e a valorização do público 60+. Houve também preocupações sobre o impacto do envelhecimento na dinâmica familiar e nos serviços sociais, além de destacar a necessidade de combater o etarismo e criar projetos que promovam qualidade de vida e integração entre diferentes gerações. “A ideia central dessa tendência é que o futuro é intergeracional. Olhe para como você está construindo a sua equipe, olhe como está desenvolvendo estratégias de comunicação, como está criando estratégias de mobilização, seja de voluntários, doadores ou da população atendida. Conecte as gerações”, reforçou Aline Santos, gerente de operações. Inteligência artificial como ferramenta para o impacto social A inteligência artificial, já discutida no webinar de 2024, permaneceu como um dos temas mais requisitados pelos inscritos. As ONGs queriam saber como usar essa tecnologia para otimizar processos e ampliar o impacto. Foram apresentados exemplos como o uso de chatbots para atendimento, ferramentas de análise de dados para planejamento e estratégias para alcançar novos públicos. Contudo, foi reforçada a importância de garantir que sua aplicação seja ética e acessível, especialmente em contextos sociais mais vulneráveis. Rodrigo Cavalcante, diretor executivo da Phomenta, destacou o papel dos agentes de IA, programas que interagem com o ambiente, coletam e usam dados para realizar tarefas. “Pra mim, esse é um grande ponto que vamos olhar em 2025: a criação desses robôs para operar e fazer coisas pra gente. Pode ser um robô do WhatsApp, um robô que se comunica com doadores ou com os atendidos da organização”, explicou. Confira o webinar na íntegra
Por Instituto Phomenta 9 de dezembro de 2024
A transformação social acontece quando unimos forças e colocamos propósitos em ação. Foi sobre isso que nosso diretor executivo, Rodrigo Cavalcante , abordou durante o podcast Impacto ESG. No encontro, foram compartilhadas histórias, reflexões, desafios e as conquistas de conectar o mundo corporativo ao terceiro setor. Quer saber mais? Confira completo aqui:
Por Instituto Phomenta 22 de novembro de 2024
A rede fortalece organizações em diversas regiões do Brasil, promovendo capacitação e conexão entre lideranças que lutam por justiça social e valorização cultural, para populações negras e indígenas.
Ver mais publicações

Fale com a Phomenta

Share by: